"estou estupefato!" +
"estão proibidos de comer farináceos"
Meu pai - e muitos leitores o conhecem - é das pessoas mais divertidas do mundo. Faz qualquer piada para não perder a graça. Até no enterro de minha avó (dia mais triste de nossas vidas) ele fez piada com meu avô.
Meu avô vive em Jaguarão, na fronteira, e minha avó faleceu em
Porto Alegre. Chegávamos os 3 ao cemitério quando meu avô, atordoado, pergunta se eu havia falado com um padre para encomendar o corpo de minha avó e fazer as orações. Antes que eu pudesse responder, meu pai salta e conta a meu avô que, nos últimos
Anos, de maneira secreta, minha avó estava na umbanda. Portanto, quem viria ali seria um pai de santo. Meu avô quase morreu. Ele é daqueles católicos que passam a
Missa do galo na igreja! Nunca se meteu na fé dos outros, mas daí a enterrar a mãe de seus filhos com pai de santo era demais.
Outra famosa dele é para terminar as aulas na universidade. Pergunta aos alunos: "vocês querem Ir embora? Não agüentam mais a minha aula?" Os alunos respondem que sim. Eis que ele começa a simular tristeza e responde: vocês são uns egoístas. Eu vou embora e vocês se livram de mim. Já eu... Tenho que continuar me agüentando!
Teria mil historias bem Humoradas dele para Contar e mais tarde falarei sobre o código do teste de humor. Mas ele tinha ataques de cansaço quando nós éramos os cinco menores.
A bem da verdade nós éramos muito brigões e barulhentos e, hoje, imagino o estresse que o submetíamos.
De um dia para outro, nesses
Momentos de Muito estresse, ele passou a usar a frase: "estou estupefato". Nós riamos muito pois desconhecíamos a palavra. Então, quando alguém quer rir do estresse ou exaustão alheia usa a expressão ou a palavra: estupefato, estou estupefata! Façam o teste. Digam com a boca cheia. É genial! Perfeita para esses situações.
Lembrei de uma dessas situações em que meu pai ficou estupefato. Íamos para Montevideo passar as férias. E começa aquela briga na Belina velha de guerra. Primeiro briga para sentar na frente. Depois briga para não sentar no meio. Depois briga para não sentar na parte inclinada do meio. Depois para um tirar o braço de cima do outro e de repente... O carro sai da estrada e meu pai grita: estou morrendo! (ou estou infartando! Não lembramos
Bem). Todos nos desesperamos. Um bate nele no braço, a Mariana já choráva emotiva que sempre é. Eis que me Lembro (não riam... Eu tinha uns nove anos) que para alguma coisa de errado que nos acontecia era necessário puxar a língua da pessoa (abstrai que era em Caso de choque). Pedi licença, saltei no colo dele e... Saí puxando a língua. Meu pai começou a rir desesperadamente pois tudo não passava de uma simulação. Ele queria que nós parássemos de brigar, fez aquilo, não sabia como desfazer. Ele ficou estupefato! Não preciso contar que estupafatos ficamos nós que viajamos sem falar com ele.
Ainda numa outra viagem, já éramos um pouco maiores, fomos até Curitiba de Belina. Na volta, meu pai constatou que estávamos gordas (há anos!) e sedentárias. E começou, desesperadamente, a tentar fazer com que caminhássemos mais, comêssemos mais frutas etc. Então, estupefato que ele estava nos proibiu de comer tudo que continha farináceos (bolachas, salgadinhos etc).
Não preciso contar que além de
Estupefato, usamos a expressão (eu e Mari) de proibir os farináceos quando queremos falar de um ato radical, desesperado de alguém.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
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2 comentários:
Essa eu já conhecia.
O Alfredo foi muito corajoso de fazer uma viagem longa com cinco crianças. eu não faria nem por decreto. Juro por Deus morto!
Manu, como se dizia no meu tempo de criança: - Teu pai é um número! Ri muito.
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