No inicio Suas palavras me inspiravam tanta confiança Me acariciavam Me seduziam Me hipnotizavam Seus gestos, seu sorriso Pareciam me pertencer Mergulhei Peito aberto Nas profundezas do oceano De teu universo Cegamente me entreguei Vogais e consoantes perfiladas Construíam a música de nossa entrega A trilha de nossa paixão Tão crível Tão solida Tão intensa De repente, os silêncios e as meias palavras Abafaram sua eloqüência A cada noite dormia insegura Suas juras secretas e virtuais soavam falsas E pensava em Cazuza Pensava nas mentiras sinceras E se valia a pena ou não ... E nem sinceras as mentiras eram Lastimo informar:fingi! Pendurada no passado De doces memórias Enganei a mim Enganei a ti Até que seu texto ficou insuportável Sua voz, irritante Suas cantadas, artificiais Até que não mais consegui fingir
Quando minha boca roçava seu hálito E lábios queimavam em beijos ardentes Quanto minha mão te excitava E minha voz rouca em teu ouvido derramava Rimas poéticas, pornográficas Quando meus seios recebiam sua língua E você invadia sem pudor O meu corpo Você fingiu sentir Seus gemidos, suas reações Pareciam verdadeiras e intensas A cada orgasmo imaginei seqüestrar seus sentimentos E te aprisionar no cesto de meu destino Ledo engano Você fingia E fingia tão bem sentir Que meu corpo trêmulo se entregava Com o tempo a distancia ficou abissal Teu cheiro me incomodava Não conseguia mais suportar Uma noite compartilhada Ao luar.
Nada é verdadeiro Nada é confiável O amor é improvável Atores amadores com o tempo fomos descobertos Pegos em flagrante Boca, botija, mentiras, desilusões Nem a Scotland Yard, nem a CIA Desconfiavam Nossos pernas embaralhadas Nossos desejos inflamados entrelaçados Seu pulsar dentro de mim Pareciam construir o crime perfeito Sem vestígios das mentiras sobre acreditar e sentir Mas as digitais da hipocrisia Foram descobertas
Não te quero mais Não me toque mais Meu corpo não lhe pertence Métrica e rima de seus poemas Agridem meus ouvidos E me fazem sentir mal
Não me queira mal Até no fingimento fomos cúmplices Mas estou cansada Me deixe em paz Pois só quero uma noite de sono E viajar para um mundo Um pouco mais verdadeiro
Bola de Meia, Bola de gude é uma homenagem a música do Milton Nascimento e Brant. "Há um menino, há um moleque, morando sempre no meu coração, toda vez que o adulto balança ele vem pra me dar a mão. E me fala de coisas tão lindas que eu acredito que não deixarão de existir, amizade, palavra, respeito, bondade, amor. Pois não quero, não posso, não devo viver como toda essa gente insiste em viver. Não posso aceitar sossegado qualquer sacanagem ser coisa normal (...)"
Há uma menina, uma jornalista, uma mulher, uma criança, uma torcedora, uma apaixonada, uma comunista, uma deputada, uma gaúcha, uma brasileira... Há tanto dentro de mim. E eu tenho que jogar para fora.
1 comentários:
No inicio
Suas palavras me inspiravam tanta confiança
Me acariciavam
Me seduziam
Me hipnotizavam
Seus gestos, seu sorriso
Pareciam me pertencer
Mergulhei
Peito aberto
Nas profundezas do oceano
De teu universo
Cegamente me entreguei
Vogais e consoantes perfiladas
Construíam a música de nossa entrega
A trilha de nossa paixão
Tão crível
Tão solida
Tão intensa
De repente, os silêncios e as meias palavras
Abafaram sua eloqüência
A cada noite dormia insegura
Suas juras secretas e virtuais soavam falsas
E pensava em Cazuza
Pensava nas mentiras sinceras
E se valia a pena ou não ...
E nem sinceras as mentiras eram
Lastimo informar:fingi!
Pendurada no passado
De doces memórias
Enganei a mim
Enganei a ti
Até que seu texto ficou insuportável
Sua voz, irritante
Suas cantadas, artificiais
Até que não mais consegui fingir
Quando minha boca roçava seu hálito
E lábios queimavam em beijos ardentes
Quanto minha mão te excitava
E minha voz rouca em teu ouvido derramava
Rimas poéticas, pornográficas
Quando meus seios recebiam sua língua
E você invadia sem pudor
O meu corpo
Você fingiu sentir
Seus gemidos, suas reações
Pareciam verdadeiras e intensas
A cada orgasmo imaginei seqüestrar seus sentimentos
E te aprisionar no cesto de meu destino
Ledo engano
Você fingia
E fingia tão bem sentir
Que meu corpo trêmulo se entregava
Com o tempo a distancia ficou abissal
Teu cheiro me incomodava
Não conseguia mais suportar
Uma noite compartilhada
Ao luar.
Nada é verdadeiro
Nada é confiável
O amor é improvável
Atores amadores com o tempo fomos descobertos
Pegos em flagrante
Boca, botija, mentiras, desilusões
Nem a Scotland Yard, nem a CIA
Desconfiavam
Nossos pernas embaralhadas
Nossos desejos inflamados entrelaçados
Seu pulsar dentro de mim
Pareciam construir o crime perfeito
Sem vestígios das mentiras sobre acreditar e sentir
Mas as digitais da hipocrisia
Foram descobertas
Não te quero mais
Não me toque mais
Meu corpo não lhe pertence
Métrica e rima de seus poemas
Agridem meus ouvidos
E me fazem sentir mal
Não me queira mal
Até no fingimento fomos cúmplices
Mas estou cansada
Me deixe em paz
Pois só quero uma noite de sono
E viajar para um mundo
Um pouco mais verdadeiro
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