Não sou mulher de palavra Não me leve tão a sério Renovo compromissos e promessas A cada final de ano Mas nem sempre cumpro Sequer me esforço tanto Algumas abandono Quase mesmo antes dos fogos do novo ano Terminarem Outras vão ficando pelo caminho Com o passar dos dias, das semanas, dos meses Não sou mulher de palavra Nem sei mesmo porque cultivo esse estranho hábito Que me persegue desde há muito De listar promessas para o ano que amanhece Algumas sao tão frugais que escapam com o vento Outras são tão graves que trancafio na gaveta Mais profunda, para não me sentir cobrada Não sou mulher de promessas Sou mulher de ação Não me navego plenamente Deixo a vida me dar o esquadro e a medida Não levo tão a sério Minhas promessas de ano novo Mas é um rito de passagem Absolutamente necessário Para minha alma feminina Cheia de sonhos e medos Poetar mais Militar menos Emagrecer, casar, Menos discursos, mais rimas ME libertar do vicio da comunicação eletrônica Ver mais os amigos Menos reuniões, beijar mais Dormir e descansar mais Domar meu ativismo indomável Ser menos exigente com meus parceiros de vida Exigir mais atenção ao meu olhar feminino Caminhar mais pelo parque E menos pelas esteiras do Congresso Colecionar mais orgasmos do que votos Me alimentar melhor Fazer yoga, visitar mais a família Ouvir mais boa música E menos intrigas e armações Cuidar mais dos sobrinhos Ter um filho Fazer novos amigos. Promessas de mulher Palavra de mulher Não ME cobrem tanto É um rito de passagem necessário, imprescindível, Que me motiva e me faz abrir o ano Cheia de energia e disposição Não sou mulher de palavra Algumas promessas não sobrevivem à ultima taça de espumante Outras, como aquela viagem a Paris Ficam sempre adiadas Mas a minha lista de promessas É minha companheira inseparável das noites de Reveillon Ela me faz sentir que tenho um plano de vôo Um desenho da vida que quero ME faz sentir mais segura E fingir que sei exatamente o que quero fazer No ano que entra Não sou mulher de palavra Quando o assunto são as promessas Que listo na noite em que o tempo vira E supostamente iniciamos tudo da estaca zero Não levo tão a serio essas promessas Mas preciso delas A única, na verdade, que consigo cumprir A cada ano, todos os anos É ser radicalmente fiel A mim mesma Ao que sinto E ao que diz meu coração Não é pouco Essa é a minha bandeira E o motor da minha fé
Bola de Meia, Bola de gude é uma homenagem a música do Milton Nascimento e Brant. "Há um menino, há um moleque, morando sempre no meu coração, toda vez que o adulto balança ele vem pra me dar a mão. E me fala de coisas tão lindas que eu acredito que não deixarão de existir, amizade, palavra, respeito, bondade, amor. Pois não quero, não posso, não devo viver como toda essa gente insiste em viver. Não posso aceitar sossegado qualquer sacanagem ser coisa normal (...)"
Há uma menina, uma jornalista, uma mulher, uma criança, uma torcedora, uma apaixonada, uma comunista, uma deputada, uma gaúcha, uma brasileira... Há tanto dentro de mim. E eu tenho que jogar para fora.
1 comentários:
Não sou mulher de palavra
Não me leve tão a sério
Renovo compromissos e promessas
A cada final de ano
Mas nem sempre cumpro
Sequer me esforço tanto
Algumas abandono
Quase mesmo antes dos fogos do novo ano
Terminarem
Outras vão ficando pelo caminho
Com o passar dos dias, das semanas, dos meses
Não sou mulher de palavra
Nem sei mesmo porque cultivo esse estranho hábito
Que me persegue desde há muito
De listar promessas para o ano que amanhece
Algumas sao tão frugais que escapam com o vento
Outras são tão graves que trancafio na gaveta
Mais profunda, para não me sentir cobrada
Não sou mulher de promessas
Sou mulher de ação
Não me navego plenamente
Deixo a vida me dar o esquadro e a medida
Não levo tão a sério
Minhas promessas de ano novo
Mas é um rito de passagem
Absolutamente necessário
Para minha alma feminina
Cheia de sonhos e medos
Poetar mais
Militar menos
Emagrecer, casar,
Menos discursos, mais rimas
ME libertar do vicio da comunicação eletrônica
Ver mais os amigos
Menos reuniões, beijar mais
Dormir e descansar mais
Domar meu ativismo indomável
Ser menos exigente com meus parceiros de vida
Exigir mais atenção ao meu olhar feminino
Caminhar mais pelo parque
E menos pelas esteiras do Congresso
Colecionar mais orgasmos do que votos
Me alimentar melhor
Fazer yoga, visitar mais a família
Ouvir mais boa música
E menos intrigas e armações
Cuidar mais dos sobrinhos
Ter um filho
Fazer novos amigos.
Promessas de mulher
Palavra de mulher
Não ME cobrem tanto
É um rito de passagem necessário, imprescindível,
Que me motiva e me faz abrir o ano
Cheia de energia e disposição
Não sou mulher de palavra
Algumas promessas não sobrevivem
à ultima taça de espumante
Outras, como aquela viagem a Paris
Ficam sempre adiadas
Mas a minha lista de promessas
É minha companheira inseparável das noites de
Reveillon
Ela me faz sentir que tenho um plano de vôo
Um desenho da vida que quero
ME faz sentir mais segura
E fingir que sei exatamente o que quero fazer
No ano que entra
Não sou mulher de palavra
Quando o assunto são as promessas
Que listo na noite em que o tempo vira
E supostamente iniciamos tudo da estaca zero
Não levo tão a serio essas promessas
Mas preciso delas
A única, na verdade, que consigo cumprir
A cada ano, todos os anos
É ser radicalmente fiel
A mim mesma
Ao que sinto
E ao que diz meu coração
Não é pouco
Essa é a minha bandeira
E o motor da minha fé
Postar um comentário