sábado, 17 de novembro de 2012

Jogo do copo

Custou a passar.
Deixei velas acesas aos teus santos,
Troquei as flores semanalmente.
Confidenciei meus maiores medos, vitórias e derrotas com tua foto sobre a lápide,
com letras recortadas sobre a mesa.

De repente, tanto tempo depois,
Quando julgava que o luto seria eterno,
Que ficaríamos juntos para sempre -
Mesmo separados -
de repente,
acabou.

Mandei teu fantasma embora.
Tirei o negro do corpo e
vesti todas as cores.
Gargalhei, livre!

Por favor, não apareça nem no jogo do copo.
Nem ali, no lugar dos mortos, te quero mais.

Para mim, Não resta nada
senão a vaga lembrança de que um dia estiveste aqui.

3 comentários:

Giuline disse...

Parabéns! Sensibilidade e inteligência é raridade. bjs

Anônimo disse...

Srta. Steelen, leia rápido AUSÊNCIA de Carlos Drummond de Andrade! Que a fé nuca se perca, que as velas nunca se apaguem, que as flores nuca desapareçam, que os santos não nos abandonem, que saibamos coabitar com nossos medos, vitorias e derrotas são da vida, que o luto só seja uma renovação da vida, revivida, que os fantasmas sejam Plufts,que as cores sejam alegres, e a gargalhada eterna.nunca diga sempre, nunca diga nunca, os copos são para brindar a vida e não a morte, as lembranças são absolutamente essenciais, como testemunhas de nossa confusa história.....

Unknown disse...

Perfeito! Disse tudo em lindas palavras!!