Fiz tudo o que disseste:
Tapei o espelho, rezei para o anjo da guarda,
Contei carneiros, repeti mantras,
Atirei com balas de prata,
Paguei por um exorcismo.
E todos,
todos os meus fantasmas seguem aqui.
Onde esta tua mão para eu apertar,
Cravando cada uma de minhas unhas vermelhas?
Lembraste de Ghostbusters,
Jurando eliminar os fantasmas lá de casa.
Estou fora e eles me perseguem,
Debocham de minhas certezas,
Zombam de tuas promessas,
Confundem minha imagem projetada no espelho.
Sou parecida com quem não quero.
Com quem enterrei no passado,
Cuspindo no caixão e jogando rosas de maneira desajeitada.
disseste que não me deixarias sentir medo.
Que acenderias a luz do quarto,
Que meu pesadelo era apenas um pesadelo.
Acreditei.
Mas escuto aquele choro de criança lá no fundo, baixinho.
As outras meninas gritam coisas horríveis,
Mutilam o corpo,
ela chora no canto escuro.
Não tenho coragem de ajuda-la,
A abandono.
Ela vem comigo.
A janela está escancarada e eu choro.
Encolhida, desesperada, assustada.
Choramos juntas.
Tomo um tapa na cara para enfrentar o pânico.
Corro ao teu encontro,
Consigo trancar todos os fantasmas, dores, barulhos e medos
Dentro de casa.
Escondo a chave em meu próprio corpo.
Livre, corro ao teu encontro.
descuidado, desatento, encontras a chave.
Entras na casa comigo em teus braços.
Ficaremos ali, juntos.
Eu, tu e todos os meus fantasmas.
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
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1 comentários:
manu... minha manu... minha 'maria jé', clotil, manela...
como podes me ter tanto em teus poemas? te dei eu essa 'procuração'...?!
como podes chorar minhas dores e gemer, na carne magra,os meus medos e alucinações? como podes fazer eu me ler assim? não estava preparada...pensei haver esquecido...
o vento bate forte, o anjo dorme ao longe e ainda sim tenho muito, muito medo...
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